quinta-feira, 21 de julho de 2005






Sinto Saudades de sujar as mãos com tinta!
Uma música a prencher o espaço, um cigarro e nada mais seria necessário...
Vou tentar fazer as encomendas, mas já sei que não vou poder sujar as telas como pretendia, paciência vou sujar na mesma, só porque me apatece, dou-me esse direito.!
Balanço

Querias que o mar fosse aqui...
Balançar com as ondas,
Que a brisa do mar te tocasse por breves instantes,
Todos os dias...



Que estranho soa este regresso.
Não sei se pela incerteza, todas as incertezas, de um novo regresso.
Cheguei há umas horas e já sinto saudades,
Angustiante consumir... as certezas de anos diferentes.

Não quero fazer balanços, nada está terminado para que o possa fazer.
Vou deixar correr...

segunda-feira, 18 de julho de 2005

A cidade...no regresso.

I Will kiss thy mouth
Do fundo da cisterna
a tua voz eleva-se e nenhuma
masmorra abafa este ardor por ela aceso, no derradeiro véu,
a minha pele. Nem as proféticas
maldições, nem o teu repúdio,
nem a luxúria do tetrarca
me impedem de cumprir
o mandamento primeiro
da paixão: a colheita
da tua face.

quinta-feira, 14 de julho de 2005

Embirrações

Hoje tou de mau humor! É perigoso quando isso acontece. Consigo fazer pior careta que os dias cinzentos dos Açores. Só uma viagem de ida me vai recompôr.

Mais Embirrações: DETESTO quando as pessoas fingem não me ver!
  • O que é a Amizade?
  • Uma sopa Num fim de tarde de Trovoada...

É sempre o caroço que nos atrapalha

Vou andando por aí
Sobrevivendo à bebedeira e ao comprimido
Vou dizendo sim à engrenagem
E ando muito deprimido
E é difícil encontrar quem o não esteja
Quando o sistema nos consome e aleija
Trincamos sempre o caroço
Mas já não saboreamos a cereja (...)

Jorge Palma

quarta-feira, 13 de julho de 2005

A partida

Faço o balanço de mais um ano de trabalho na minha vida. Bem, ainda não faço o balanço, é dificil fazê-lo no meio de caixas, sacos e mochilas, entrelaçada com a fita-cola mais o papel com a morada do destinatário, (e que coisa estranha, o remetente é exactamente o mesmo que o destinatário.
Não são só os objectos que levo na bagagem, alguns momentos passados por cá, AZORES, também vão. Não sei se vão ficar por lá, continente, mas creio que algumas boas memórias vão ficar guardadas de certeza. E vou saber que não vão ter qualquer utilidade, mas quero guarda-las na mesma. Tudo isto vai enchendo a minha vida, talvez agora eu consiga distrair-me mais com a minha própria vida!
Quando chegar ao continente farei o balanço conclusivo.

terça-feira, 12 de julho de 2005

the blower's daughterand
so it is
just like you said it would be
life goes easy on me
most of the time
and so it is
the shorter story
no love no glory
no hero in her skies
i can't take my eyes off of you
and so it is
just like you said it should be
we'll both forget the breeze
most of the time
and so it isthe colder water
the blower's daughter
the pupil in denial
i can't take my eyes off of you
did I say that I loathe you?
did I say that I want to
leave it all behind?
i can't take my mind off of you
my mind
'til I find somebody new

http://www.wmuk-newmedia.co.uk/damienrice/blowersdaughter_war_w_hi.asx

alma esgotada (diálogo absurdo)

Sinto a alma.
Eu também, só para que conste!
Obrigada pela ajuda... já não sabia como continuar o texto.
Eu sei. Às vezes a inspiração não chega, é uma gaita!
Queria manter o blog com escrita à altura, mas depois de uma noite desgraçada, percebi que os neurónios ainda estão dormentes!
Neurónios há muitos, pulmões só há dois, portanto, não há crise!
Os meus pulmões ronronam...
Isso deve ser asma... ou então falta de água no radiador!
É por isso que hoje trago a litrada atrás.
Mas isso é água ou é bagaço caseiro?
Faltou-me o alambique para o fazer!
Fecha às segundas mas hoje é terça. Vamos ver a previsão dos astros.
Obrigada Asdrúbal.
De nada Maria Odete.

Esta é realmente pra TU!

segunda-feira, 11 de julho de 2005

Azul

Azul

Marioneta
Se por um instante Deus se esquecesse de que sou uma marioneta de trapo e me oferecesse mais um pouco de vida, não diria tudo o que penso, mas pensaria tudo o que digo. Daria valor às coisas, não pelo que valem, mas pelo que significam. Dormiria pouco, sonharia mais, entendo que por cada minuto que fechamos os olhos, perdemos sessenta segundos de luz. Andaria quando os outros param, acordaria quando os outros dormem. Ouviria quando os outros falam, e como desfrutaria de um bom gelado de chocolate! Se Deus me oferecesse um pouco de vida, vestir-me-ia de forma simples, deixando a descoberto, não apenas o meu corpo, mas também a minha alma. Meu Deus, se eu tivesse um coração, escreveria o meu ódio sobre o gelo e esperava que nascesse o sol. Regaria as rosas com as minhas lágrimas para sentir a dor dos seus espinhos e o beijo encarnado das suas pétalas... Meu Deus, se eu tivesse um pouco de vida... Não deixaria passar um só dia sem dizer às pessoas de quem gosto que gosto delas. Convenceria cada mulher ou homem que é o meu favorito e viveria apaixonado pelo amor. Aos homens provar-lhes-ia como estão equivocados ao pensar que deixam de se apaixonar quando envelhecem, sem saberem que envelhecem quando deixam de se apaixonar! A uma criança, dar-lhe-ia asas, mas teria que aprender a voar sozinha. Aos velhos, ensinar-lhes-ia que a morte não chega com a velhice, mas sim com o esquecimento. Tantas coisas aprendi com vocês, os homens... Aprendi que todo o mundo quer viver em cima da montanha, sem saber que a verdadeira felicidade está na forma de subir a encosta. Aprendi que quando um recém-nascido aperta com a sua pequena mão, pela primeira vez, o dedo do seu pai, o tem agarrado para sempre. Aprendi que um homem só tem direito a olhar outro de cima para baixo quando vai ajudá-lo a levantar-se. São tantas as coisas que pude aprender com vocês, mas não me hão-de servir realmente de muito, porque quando me guardarem dentro dessa maleta, infelizmente estarei a morrer...

Gabriel Garcia Marquez, (1999)