quarta-feira, 11 de julho de 2007

Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo. Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.

Carlos Drummond de Andrade

2 comentários:

Anónimo disse...

Acho que te entendo... Beijocas grandes.

P.S. Espero que a "tempestade" tenha amainado. :)

deep

Ana disse...

depois da tempestade havrá sempre a bonança :)