Pirata
Sou o único homem a bordo do meu barco.
Os outros são monstros que não falam,
Tigres e ursos que amarrei aos remos,
E o meu desprezo reina sobre o mar.
Gosto de uivar no vento com os mastros
E de me abrir na brisa com as velas,
E há momentos que são quase esquecimento
Numa doçura imensa de regresso.
A minha pátria é onde o vento passa,
A minha amada é onde os roseirais dão flor,
O meu desejo é o rastro que ficou das aves,
E nunca acordo deste sonho e nunca durmo.
Sophia de Mello Breyner
3 comentários:
A imagem está 5 *****
Que bom é não acordar do senho quando não se está a dormir...
Um poema muito bonito... mesmo!
Beijocas e votos de boa semana!
muito obrigada araJ, tive k ir limpar a bába... 8)
prefiro sonhar dessa forma...
luluzinha?!!
Pois é, a Sophia tem momentos assim!
cumprimentos de boa semana
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