domingo, 29 de março de 2009
solllll
Viva o Sol, viva os amigos!
"Ontem é história,
Amanhã é mistério,
Hoje uma dádiva, É por isso que é chamado presente...
sábado, 28 de março de 2009
curva vodka
"vale sempre a pena, quando o espectáculo não é pequeno"
esta companhia é um mimo para os nossos sentidos!
quinta-feira, 26 de março de 2009
As árvores como os livros têm folhas
e margens lisas ou recortadas,
e capas (isto é copas) e capítulos
de flores e letras de oiro nas lombadas.
E são histórias de reis, histórias de fadas,
as mais fantásticas aventuras,
que se podem ler nas suas páginas,
no pecíolo, no limbo, nas nervuras.
As florestas são imensas bibliotecas,
e até há florestas especializadas,
com faias, bétulas e um letreiro
a dizer: «Floresta das zonas temperadas».
É evidente que não podes plantar
no teu quarto, plátanos ou azinheiras.
Para começar a construir uma biblioteca,
basta um vaso de sardinheiras.
Por mais que tente, o vento
não consegue adormecer
se não tiver nada para ler.
Seja uma folha de tília,
de bambu ou buganvília.
É por isso que o vento
arrasta as folhas consigo,
até encontrar um abrigo,
onde possa adormecer.
- arrastou até a folha,
onde eu estava a escrever!»
Jorge Sousa Braga, Herbário, Lisboa, Assírio & Alvim, 1999
com ilustrações de Cristina Valadas
quinta-feira, 19 de março de 2009
A Arte de Calar
Assim pensava o Abade Dinouart dizendo que o primeiro grau da sabedoria é saber calar.
Dos seus 14 princípios necessários para calar escolho os seguintes:
- Só devemos deixar de estar calados quando temos alguma coisa que valha mais que o silêncio.
- Só no silêncio o homem se contém: fora dele, parece expandir-se e dissipar-se no discurso.
- ...o silêncio do sábio vale por vezes mais que o raciocínio do filósofo; o silêncio do primeiro é uma lição para os impertinentes e uma correcção para os culpados.
- O carácter próprio de um homem corajoso é falar pouco e realizar grandes acções. O carácter de um homem de bom senso é falar pouco e dizer sempre coisas sensatas.
- O silêncio é necessário...Há maneiras de nos calarmos sem fecharmos o coração; de sermos discretos sem sermos obscuros e taciturnos; de esconder algumas verdades sem as cobrir de mentiras.
domingo, 8 de março de 2009
Feliz Dia da Mulher
Não concordo com dias marcados. Para nos fazermos acreditar perante a Humanidade basta os nossos actos sinceros e integros. Essa é a nossa obra. Mas em todo o caso, amamos algumas mulheres por serem mulheres pessoas...à mulher que me enviou este poema, que pelas circunstâncias tecidas pela vida temos os memos apelidos que se assim não fosse, se nos encontrassemos pela vida fora, tenho a certeza que nos entenderíamos como amigas :)
Principalmente à minha Mãe que proporcionou a teia da vida, não sozinha já se sabe! mas hoje é o dia da mulher
Já agora a todas as mulheres que conheço
Calçada de Carriche
Luísa sobe, sobe a calçada,
sobe e não pode que vai cansada.
Sobe, Luísa, Luísa, sobe,
sobe que sobe, sobe a calçada.
Saiu de casa
de madrugada;
regressa a casa
é já noite fechada.
Na mão grosseira,
de pele queimada,
leva a lancheira
desengonçada.
Anda, Luísa, Luísa, sobe,
sobe que sobe, sobe a calçada.
Luísa é nova,
desenxovalhada,
tem perna gorda,
bem torneada.
Ferve-lhe o sangue
de afogueada;
saltam-lhe os peitos
na caminhada.
Anda, Luísa. Luísa, sobe,
sobe que sobe, sobe a calçada.
Passam magalas,
rapaziada,
palpam-lhe as coxas
não dá por nada.
Anda, Luísa, Luísa, sobe,
sobe que sobe, sobe a calçada.
Chegou a casa
não disse nada.
Pegou na filha,
deu-lhe a mamada;
bebeu a sopa
numa golada;
lavou a loiça,
varreu a escada;
deu jeito à casa
desarranjada;
coseu a roupa
já remendada;
despiu-se à pressa,
desinteressada;
caiu na cama
de uma assentada;
chegou o homem,
viu-a deitada;
serviu-se dela,
não deu por nada.
Anda, Luísa. Luísa, sobe,
sobe que sobe, sobe a calçada.
Na manhã débil,
sem alvorada,
salta da cama,
desembestada;
puxa da filha,
dá-lhe a mamada;
veste-se à pressa,
desengonçada;
anda, ciranda,
desaustinada;
range o soalho
a cada passada,
salta para a rua,
corre açodada,
galga o passeio,
desce o passeio,
desce a calçada,
chega à oficina
à hora marcada,
puxa que puxa, larga que larga,
toca a sineta
na hora aprazada,
corre à cantina,
volta à toada,
puxa que puxa, larga que larga,
Regressa a casa
é já noite fechada.
Luísa arqueja
pela calçada.
Anda, Luísa, Luísa, sobe,
sobe que sobe, sobe a calçada,
Anda, Luísa, Luísa, sobe,
sobe que sobe, sobe a calçada.
(António Gedeão)
sexta-feira, 6 de março de 2009
Que adianta dizer-se que é um país de sacanas?
Todos os são, mesmo os melhores, às suas horas,
e todos estão contentes de se saberem sacanas.
Não há mesmo melhor do que uma sacanice
para poder funcionar fraternalmente
a humidade de próstata ou das glândulas lacrimais,
para além das rivalidades, invejas e mesquinharias
em que tanto se dividem e afinal se irmanam.
Dizer-se que é de heróis e santos o país,
a ver se se convencem e puxam para cima as calças?
Para quê, se toda a gente sabe que só asnos,
ingénuos e sacaneados é que foram disso?
Não, o melhor seria aguentar, fazendo que se ignora.
Mas claro que logo todos pensam que isto é o cúmulo da sacanice,
porque no país dos sacanas ninguém pode entender
que a nobreza, a dignidade, a independência, a
justiça, a bondade, etc., etc., sejam
outra coisa que não patifaria de sacanas refinados
a um ponto que os mais não são capazes de atingir.
No país dos sacanas, ser sacana e meio?
Não, que toda a gente já é pelo menos dois.
Como ser-se então nesse país? Não ser-se?
Ser ou não ser, eis a questão, dir-se-ia.
Mas isso foi no teatro, e o gajo morreu na mesma.
Jorge de Sena
quinta-feira, 5 de março de 2009
fluir
Penso assim desde há muito, nem com a leitura insistente consigo esboçar alguma sonoridade. Não tenho jeito e ponto final parágrafo mudar de linha.
Por enquanto vou escrevendo com imagem...
A Naifa - Todo o Amor do Mundo - ao vivo
A Naifa de João Aguardela. Um bom trabalho que este músico nos deixou.
A sua morte foi uma desagradável supresa...
quarta-feira, 4 de março de 2009
personalizar
Após ter visualizado (finalmente consegui não adormecer...), o Estranho caso de Benjamin Button ou o srº botão...aqui vão duas imagens adequadas:
Presentes personalizados :)
As árvores como os livros têm folha
e margens lisas ou recortadas,
e capas (isto é copas) e capítulos
de flores e letras de oiro nas lombadas.
E são histórias de reis, histórias de fadas,as mais fantásticas aventuras
que se podem ler nas suas páginas,
no pecíolo, no limbo, nas nervuras.
As florestas são imensas bibliotecas
e até há florestas especializadas,
com faias, bétulas e um letreiro
a dizer: «Floresta das zonas temperadas»
É evidente que não podes plantar,
no teu quarto, plátanos ou azinheiras.
Para começar a construir uma biblioteca,
basta um vaso de sardinheiras.
Jorge Sousa Braga
obrigada pela partilha Lu
Talvez não se adeque muito a imagem ao texto, mas a mim pareceu-me adequado :), como construir uma biblioteca onde nem árvores existem...a ilha
pequena experiência a pastel de óleo ( bons tempos)
terça-feira, 3 de março de 2009
Escultor do papel
"Cette longue collection de masques proposent une exploration inédite et
fascinante de visages de personnages imaginaires. Rire, sommeil, tristesse,
fatique, vieillesse, colère... Miroirs de nos propres émotions et états, les masques
de Junior Jacquet nous font autant rire que nous sentir mal à l’aise.
Chaque masque est une pièce unique. Ils sont élaborés à partir de rouleaux de
carton industriel. La technique de pliage et de modelage est unique et élaborée
par l’artiste lui-même. par l’artiste. Les modèles sont ensuite patinés avec de
la gomme laque et des pigments divers.
Les masques peuvent être montés sur tige (de 10 à 100 cm) et un socle en acier
noir de 9 x 9 cm.
Ces masques sont également disponibles en photographie haute qualité à 6 couleurs
au format 30 x 45 cm. Autre format disponible sur commande."
precious
Como é que tudo isto cabe num envelope?
Obrigada pelos presentes, adorei. bjoca
Já li "Amelia wants a dog